domingo, 17 de fevereiro de 2008

Guarda: Francisco Louçã defende Serviço Nacional de Saúde liberto de "economicismo mesquinho"

Notícia RTP /Nacional

Francisco Louçã defende Serviço Nacional de Saúde liberto de "economicismo mesquinho"

Guarda, 12 Fev (Lusa) - O dirigente nacional do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã, defendeu hoje um Serviço Nacional de Saúde (SNS) "sem a doença do economicismo mesquinho" que diz caracterizar a política do actual Governo.

"A viragem para um SNS com saúde e sem a doença do economicismo mesquinho é o desafio que se tem que colocar a este Governo", afirmou Francisco Louçã na Guarda, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita às instalações do Hospital Sousa Martins (HSM) local.
Segundo o dirigente do BE, "o Governo tem ido por maus caminhos e tem criado até patologias e doenças no SNS", dando como exemplo o encerramento de serviços e a aplicação de taxas moderadoras.
"É preciso acabar com esta visão de que a saúde é um negócio, que a saúde tem que fazer lucro", defendeu.
Considerou que "é indispensável ter uma nova visão do serviço de saúde" e, em sua opinião, "todo o sistema tem de deixar de ser um sistema hostil e violento para as pessoas e passar a ser um sistema amigável das pessoas".
"Por isso - apontou -, é que é preciso acabar com a violência que são as taxas moderadoras na urgência, no internamento ou, em geral, no serviço de saúde".
Em relação ao fecho de serviços, nomeadamente os serviços de atendimento permanente (SAP´s) nocturnos, disse que o BE não aceita "o fecho ao desvario", nomeadamente no interior do país.
"É no interior que está a maior penalização das populações", observou, considerando que "há uma perseguição ao interior com uma visão economicista e mesquinha que leva o serviço de saúde a desequilibrar-se e a desorganizar-se".
Devido a esta situação, no entender do dirigente e deputado na Assembleia da República do BE, "ao pensar [na construção de novos hospitais] utilizemos muito bem o dinheiro e não percamos tempo a entregar, até dois mil e quarenta e tal, à gestão da iniciativa privada, que gere pior que o público", afirmou, numa alusão aos dez hospitais que o actual governo tenciona construir.
Francisco Louçã também defendeu a urgente requalificação e ampliação do HSM, que visitou, que funciona nas antigas instalações de um antigo Sanatório, construído há um século.
"O hospital da Guarda é um caso que tem sido discutido há muito tempo", salientou, em relação à necessidade de novas instalações.
"Obviamente, tendo 100 anos e sendo um Sanatório a origem desta unidade hospitalar, é absolutamente imperioso que haja uma construção de raiz de uma nova unidade", disse.
Para Francisco Louçã "é necessário um novo hospital que aproveite o que se pode aproveitar das antigas instalações".
Fernando Girão, o presidente do Conselho de Administração do HSM explicou na ocasião que o projecto de ampliação e remodelação previsto, que envolve custos de 55 milhões de euros, criará uma unidade com 22 mil metros quadrados.
"É uma unidade que vai satisfazer as necessidades da população" do distrito da Guarda, admitiu o responsável que apontou que o projecto de arquitectura deverá estar pronto ainda este ano para que no início de 2009 possa ser lançado o concurso internacional.
"Há dinheiro no QREN, há dinheiro do capital social e estão reunidas todas as condições para que o hospital seja uma realidade", admitiu.
A visita do dirigente do BE inseriu-se na acção sobre a defesa do Serviço Nacional de Saúde que está a realizar a nível nacional.
Durante a deslocação reuniu com a administração e visitou o bloco de partos e as unidades de Oncologia e de Cuidados Intensivos (encerrada para obras de ampliação, devendo reabrir em Março).

ASR.
Lusa/Fim

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