quinta-feira, 19 de junho de 2008

Deputada Ana Drago esteve na Guarda

O Auditório da Escola Augusto Gil, na Guarda, foi pequeno para as 70 pessoas que desejaram participar no debate sobre o “estado da educação” organizado no dia 16 de Junho pelo Bloco local e integrado na campanha “serviços públicos contra o interiocídio”.

Joaquim Brigas, Presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Educação criticou a política educativa do governo para o ensino superior, os cortes orçamentais, o aumento das propinas, o processo de Bolonha e a criação do recente exame de admissão à carreira docente.
Relacionando as potencialidades do ensino para o desenvolvimento do interior, Joaquim Brigas destacou o facto da sua escola ter proposto novos cursos adaptados às necessidades da região mas todos eles terem sido chumbados pelo ministério. A essa falta de adaptação e aos custos da interioridade não será alheia a diminuição em 800 alunos do número de alunos do IPG. O orador convidado pelo Bloco criticou ainda a diminuição do apoio social aos estudantes com o encerramento das cantinas e bares em períodos nocturnos e ao fim de semana e defendeu uma participação mais democrática na escola.
Ana Drago começou por elencar as políticas de destruição dos serviços públicos no interior, reavivando a proposta bloquista de uma carta dos serviços públicos que passou pela saúde, pela educação e que se seguirá com o mapa judiciário. A deputada do Bloco atacou detalhadamente a política (des)educativa da ministra e do governo, o projecto governamental de se criar uma escola superior de elite para uns e umas “escolas profissionais com mais uns pozinhos para outros” e referiu que o PS consegue, pela primeira vez, que haja alunos que não continuam os estudos porque não têm dinheiro. A carreira docente, a diminuição da democracia e o aumento do autoritarismo nas escolas, a importância dos e das auxiliares de acção educativa - também presentes no debate realçando a sua precariedade e salários de 500€ - a importância da escola enquanto lugar de socialização e não enquanto lugar “prisão”, o problema das actividades de imposição curricular em excesso de carga horária fazendo transportar toda a pressão do crescimento de crianças que não brincam para dentro da sala de aula foram outros temas desenvolvidos por Ana Drago.
O Bloco, da cidade mais alta do país, foi elogiado pelos presentes e saiu mais animado para continuar o combate.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Bloco/Guarda lança campanha "contra o interioricídio"

O Bloco de Esquerda da Guarda iniciou um conjunto de iniciativas subordinadas ao tema «Serviços Públicos contra o interiocídio». A crescente desertificação do interior está a preocupar os bloquistas da Guarda que pretendem uma activa acção do Estado contra essa desertificação. Os serviços públicos têm um forte papel no apoio e fixação das pessoas do interior mas o seu encerramento está a acrescentar dificuldades à crise económica, ao desemprego e à falta de alternativas.

A campanha, que irá reunir com diversas entidades e associações, pretende levantar denúncias mas também apresentar propostas alternativas às políticas do interiocídio protagonizadas neste regime pelas elites económicas e pelo governo.
Neste Inverno o Bloco já tinha lançado o cartaz “Sócrates traiu o interior”.
A campanha abriu com a deslocação a Gouveia do deputado bloquista José Soeiro, que reuniu com a direcção do Sindicato Têxtil da Beira Alta sobre a grave crise que afecta o sector na região, com o espectro dos despedimentos a afectar seriamente a vida de muitos trabalhadores.
Já na Guarda, o deputado reuniu com a direcção da Associação Académica do Instituto Politécnico onde foram debatidos os problemas que os estudantes do ensino superior sofrem ao nível da acção social, nomeadamente o encerramento das cantinas ao fim de semana, as propinas e a qualidade do ensino, as perspectivas de emprego para os jovens licenciados e a situação das escolas superiores face ao novo regime jurídico dos politécnicos.